Uma dúvida constante dos tutores de pet é: “ Como eu posso ensinar a ele o que é certo? Devo brigar quando ele faz algo errado?” A resposta é mais simples do que parece: não se pode falar em educação sem amor!
Antigamente, o adestramento era baseado na teoria de que o tutor deveria demonstrar e exercer dominância em relação ao pet. Sendo assim, o resultado era o uso de força física e broncas.
Hoje, após a evolução do estudo em bem estar e comportamento animal, sabe-se que o adestramento positivo é a principal ferramenta de auxílio na educação do pet.
O que o estudo do comportamento e do bem estar animal ensina sobre o adestramento?
Os cães e os gatos são seres SENCIENTES, ou seja, eles são capazes de sentir de forma consciente. Isso significa que eles possuem uma percepção consciente das experiências vividas e das emoções sentidas. Portanto, após muitas pesquisas, os comportamentalistas recomendam a utilização do adestramento positivo como base da educação dos pets.
Além disso, é muito importante entendermos que os pets são de espécies diferentes da nossa. Em vista disso, alguns comportamentos que conhecemos como indesejados e até classificamos como distúrbios ou problemas são na verdade normais para a espécie. Logo, não adianta querer que eles vivam e façam tudo da nossa maneira, ok?
O estudo do comportamento e o adestramento/treinamento veio para melhorar e ajudar nessa convivência interespécie (humano, gato, piriquito, cachorro, papagaio…).
Reforço positivo e negativo. O que são?
Você conhece o reforço positivo e negativo? Sabe como a técnica pode ser usada para fazer com que seu pet pare de fazer as coisas que estão te incomodando?
De uma forma simples, essa essa técnica se divide em:
1 – Reforço positivo: o bom comportamento deve ser incentivado;
2 – Reforço negativo: o mau comportamento deve ser desencorajado.
Como dito anteriormente, o adestramento positivo é a maneira correta e eficaz de se adestrar o pet. Portanto, aplicar o reforço positivo, incentivando um bom comportamento do seu pet, é mais correto e eficaz que aplicar punição em decorrência de algum comportamento indesejado.
Continue com a gente até o final que vamos explicar como e quando devemos aplicá-los!
Você deve falar “NÃO” para o seu pet?
Falar “não” de forma ríspida e grosseira é um reforço negativo mal aplicado, pois pode ser interpretado por ele como uma punição. Já falamos sobre isso no artigo sobre bem estar animal.
Entenda que, se você falar “NÃO”:
1 – Você não estará sorrindo ou com tom de voz alegre, logo você estará sendo agressivo;
2 – O pet vai sentir medo de você. Enquanto você acha que ele está sentindo culpa pela atitude, ele está sentindo medo de você. Isso porque ele não está respondendo ao significado da palavra, e sim ao seu comportamento/atitude;
3 – O efeito acaba passando depois de um tempo. Nós falamos “não” para tantas coisas que o pet acaba não entendendo o sentido depois de um tempo.
4 – A associação não vai funcionar bem. O “não” é uma palavra de difícil associação para o pet. Ele pode associar o significado dessa palavra a qualquer coisa ou pessoa que esteja presente na hora e não só ao que ele fez de errado.
5 – Você não estará ensinando ao seu pet o que é o certo. Afinal, fazê-lo parar com tal atitude não o ensina qual atitude ele deve tomar.
6 – Se o seu pet sentir que você está brigando ou com raiva dele, ele pode entender como uma quebra profunda do vínculo entre vocês.
Como treinar o seu pet? Use sempre o reforço positivo!
A convivência diária dos pets conosco nos demanda certa intervenção para que eles possam aprender a realizar tarefas e se sintam relaxados, equilibrados e felizes. Estabelecer um vínculo e uma boa comunicação com eles é a chave para manter a harmonia da casa!
Uma boa comunicação precisa de vínculo, paciência, tolerância e assertividade! Devemos ser claros e diretos ao emitirmos algum comando, agradar de alguma maneira ao incentivar algum comportamento benéfico e nos calar diante de comportamentos inapropriados.
O reforço positivo baseia-se em técnicas para mostrar ao seu pet que aquela atitude é desejada. Ou seja, sempre que o seu pet tiver um comportamento legal, você deve incentivá-lo, premiando-o. A premiação pode ser um petisco, um carinho, uma brincadeira que ele goste ou até aquele famoso “iti malia” que a gente tanto gosta.
O treinamento deve ser baseado em mostrar o que deve ser feito e não o que não deve ser feito! Por exemplo: se o seu pet faz xixi no local errado, ao invés de brigar com ele, você deve mostrar o lugar correto. E, sempre que ele fizer no local correto, ele deve ser premiado. Assim é o reforço positivo!
Não sabe muito bem como aplicar o treinamento apenas positivamente? Calma, vamos te ajudar!
1 – Comportamento positivo: recompense o seu pet sempre que ele fizer algo correto. Xixi e cocô nos locais corretos, por exemplo. Assim que ele acabar de fazer, dê a premiação!;
2 – Comportamento negativo: subtraia algum comportamento que você não quer que ele faça (sem usar o “não”). Muito mais eficaz do que falar “NÃO” é calar-se, ignorar e se retirar quando há algum comportamento negativo. Exemplo: se o seu cão pula muito quando você chega ou quando recebe visitas, ignore-o. Ele vai entender;
3 – Para dar comandos: adicione algo que o seu animal quer para que ele repita a ação. Por exemplo: se você quer que ele aprenda a palavra “vem”, ofereça um petisco para que ele vá sempre que disser essa palavra;
E então, você está pronto para treinar o seu pet?
Deixamos acima alguns conceitos e dicas de como treinar melhor o seu pet, porém, caso você esteja tendo muita dificuldade e até problemas comportamentais em casa, procure nossos profissionais, pois certamente eles conseguirão te ajudar!
Se você tem algum truque que sempre funciona com seu pet, compartilha com a gente e com outros tutores também. Afinal, o aprendizado é uma eterna troca de experiências!
Por enquanto, é só. Até o próximo artigo!